terça-feira, 9 de novembro de 2010

Basta para cada dia o seu mal.

Falar do que passou é doloroso. Vejo as situações escapando pelos meus dedos e não tenho condição de contê-las. Sinto o passado como um vulto mas não sou capaz de perseguí-lo. Então eu sigo. Invento alguns planos, dou risada da minha postura no momento, finjo acreditar que tudo tende a mudar. Vez ou outra assisto vídeos de pessoas como eu que se encontraram nesse universo absorvedor de covardes que não dão a cara pra bater. Agora eu estou aqui! De frente pra platéia encarnando com dom perfeito o papel de coadjuvante esperando um brecha para protagonizar. Suo frio, tenho medo do que virá. Mas vou. Com medo de que a vida me bata mais do que possa suportar, mas vou. Eu e Deus. Nós dois até o fim, num elo que só pode ser quebrado por mim. Me agarro na fé e sigo. Dou um drible na insegurança, uma caneta no medo, tropeço, caio. Mais uma vez de pé, retorno para o jogo. Posso ter o que perder mas tenho muito mais a ganhar. À noite, quando não existe o som de tantas vozes abafando os meus desejos, aproveito o silêncio para escutar a minha voz. A voz de Deus. Renovação do espírito é meu segredo. E o dia que virá se encarregará dele mesmo.

Um comentário:

  1. "De frente pra platéia encarnando com dom perfeito o papel de coadjuvante esperando um brecha para protagonizar."

    Caramba, que frase forte. Você é ótima, Raquel. Sinceramente, sou uma escritora de merd* perto de você. Parabéns.

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